sexta-feira, 19 de março de 2010

Cidadão

Tá vendo aquele edifício moço
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição, era quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar
Hoje depois dele pronto
Olho pra cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado
"Tu tá aí admirado ou tá querendo roubar"
Meu domingo tá perdido, vou pra casa entristecido
Dá vontade de beber
E pra aumentar meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio que eu ajudei a fazer
Tá vendo aquele colégio moço
Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
Fiz a massa, pus cimento, ajudei a rebocar
Minha filha inocente veio pra mim toda contente
"Pai vou me matricular"
Mas me diz um cidadão:
"Criança de pé no chão aqui não pode estudar"
Essa dor doeu mais forte
Porque que eu deixei o norte
Eu me pus a me dizer
Lá a seca castigava, mas o pouco que eu plantava
Tinha direito a colher
Tá vendo aquela igreja moço, onde o padre diz amém
Pus o sino e o badalo, enchi minha mão de calo
Lá eu trabalhei também
Lá foi que valeu a pena, tem quermesse, tem novena
E o padre me deixa entrar
Foi lá que Cristo me disse:
"Rapaz deixe de tolice, não se deixe amedrontar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra, não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas e na maioria das casas
Eu também não posso entrar"


Autor: Zé ramalho

quinta-feira, 18 de março de 2010

Conceito sobre a arte.

A arte é uma forma do ser humano expressar suas emoções, sua história e sua cultura através de alguns valores estéticos, como beleza, harmonia, equilíbrio. A arte pode ser representada através de várias formas, em especial na música, na escultura, na pintura, no cinema, na dança, entre outras.

Atualmente a arte é dividida em clássica e moderna, qualquer pessoa pode se informar sobre cada uma delas e apreciar a que melhor se encaixa com sua percepção de arte.

Amar é uma arte


Amar é uma arte
Amar é uma arte que aos poucos aprendo.
Tecendo experiências em paralelo,
Na noite quimeras no dia flagelo,
Traduzir-se, de Ferreira Gullar, me lendo.

Nesta parte de mim que é todo mundo,
Entre a multidão te vejo em pensamento,
Eu peso gestos, pondero sentimentos,
Eu deliro conosco bem lá no fundo.

Sei de repente que estou ansiosa.
Pelo espanto de ler tua mensagem,
Crer que teu medo acabe é a vertigem,
Já que não te moves em verso ou prosa.

Traduzir-te no meu mundo, minha parte,
Nessa nossa pausa e reticência sem fim,
Lugar onde me escondo e tu foges de mim.
Faz do viver o dia a dia: outra arte.

Palavra de Poeta


Palavra de Poeta

Palavra de Poeta
(Célia de Lima)

Palavra que me fala
e se eterniza,
fértil
(no tudo ou no vazio),
e que se esgota,
gota a gota;
grávida de graciosidade,
grandeza e força;
capaz de manter-se
à decência
quando enrijeça,
em esperança
inda quando entristeça
(ou disfarce, por cansaço);
presença inda que se despeça.
Palavra que me encantas,
a perpetuar todo instante,
extrapondo-te,
à cerca
do teu papel.